Nesses últimos meses, devido às eleições municipais, constantemente se ouvia falar na resolução dos principais problemas da cidade de São Paulo. Nos discursos de campanha eleitoral, estavam sempre presentes questões relacionadas ao transporte, em especial a super lotação das vias públicas e a dos meios de transporte públicos. Porém, por sua complexidade, não há como resolvê-las a curto prazo, como prometeram os candidatos, e é necessário um esforço muito maior do que tem se feito nos últimos tempos para que realmente melhore o sistema de transportes da cidade.
O congestionamento é algo rotineiro na vida dos paulistanos. Isso é consequência da situação atual, uma vez que a cidade tem 6,2 milhões de carros, o que significa um carro para cada 1,5 habitante. Mesmo que o trânsito seja comum a todos, nos meios públicos o problema se agrava ainda mais: eles estão superlotados. Para se ter uma idéia, o metrô de São Paulo é o mais lotado do mundo e nos, ônibus e trens, a situação não é diferente: tornam-se praticamente inutilizáveis nas horas de rush.
O imenso aumento de veículos na cidade deve-se, em grande parte, ao aumento do poder aquisitivo da classe média. Deve-se, também, a uma rede de transportes insuficiente para o tamanho da população, que cresce descontroladamente desde o fim da Segunda Guerra Mundial, nos anos 40. Ambos os problemas têm difícil resolução, pois não há como impedir que as pessoas se transportem. Mas é possível amenizar o problema; uma possibilidade é através de muitos investimentos no transporte público, como, por exemplo, no metrô, que, por ser subterrâneo, ainda tem muito espaço para expansão. Com sua expansão, se reduziria a lotação dos meios públicos e se atrairia mais usuários de automóveis, descongestionando, assim, as vias.
Deve-se ter consciência de que a questão do transporte em São Paulo é algo de resolução de longo prazo, sendo medidas de curto prazo, propostas por muitos políticos, em geral superficiais e pouco contribuintes melhoras na rede. É necessário que a população imponha ao governo a implantação de projetos eficazes e bem planejados, que busquem mudanças estruturais no sistema de transporte da São Paulo; só assim se garantirá o direito dos cidadãos de acesso a vias e meios públicos de qualidade mínima.
redigido por Carla Vila
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